Capítulo 8 - Negócio Fechado
Maria,
deambulava na estrada Nacional 10, entre a fábrica de açúcar e o entroncamento
do Intermarché. Por norma, clientes não faltavam naquela zona. Estava com frio
e a mini-saia e o top curtinhos não ajudavam em nada. Contudo, a indumentária
era necessária para atrair os clientes e o frio, o frio era apenas um factor secundário.
Um
carro, branco, aproximou-se e parou mesmo à beira da estrada. O condutor, fez
sinal com as mãos para que se aproxima-se.
-
Queres boleia, princesa?
-
Não... Não estou necessariamente à precisar de boleia. – respondeu enquanto ao
mesmo tempo se agachou e colocou o peito praticamente na cara do condutor.
-
Uhm... Queres festa, princesa? É isso?
-
Festa? Isso também se pode arranjar... a bom preço.
-
Anda. Conheço um sítio onde se fazem festas de arromba.
-
E ganho alguma coisa com isso??
O
condutor, abriu a carteira e mostrou-lhe um maço de notas de cinquenta euros.
-
Ganhas isto e muito mais. Só tens de aceder às regras da festa.
Maria,
sabia que tinha que ter cuidado. Já lhe tinham aparecido vários tipos de
clientes e alguns piores que os outros. O condutor, abanou as notas à frente
dela e convenceu-a. Afinal, ela precisava mesmo do dinheiro. Benzeu-se, deu à
volta ao carro e entrou no lado do passageiro.
-
Como te chamas, princesa?
-
Maria Madalena.
-
Belo nome que escolheste, Maria Madalena. Calha bem com a tua profissão. Quem
sabe, Maria Madalena, eu não serei o teu Jesus Cristo e a tua salvação? –
sorriu, satisfeito com o trocadilho que tinha acabado de fazer.
Maria,
não respondeu. Ficou quieta e prestou atenção ao caminho. Queria ter noção de
onde se encontrava. Reparou que estavam numa zona residencial e sentiu-se
aliviada. Sabia que ao menos não corria perigo de vida, ali era impossível ele
livrar-se de um corpo. O que queria era mesmo festa. Decidiu meter conversa.
-
E tu? O teu nome é Jesus Cristo?
-
Eu sou o teu salvador, Maria Madalena. Chamam-me Pedro. E quem sabe, desta vez,
passado mais de dois mil anos, salvando-te eu ganho o amor de Jesus Cristo.
-
Salvando-me? Como pensa que me pode salvar? Vai dar-me um lar, pagar as minhas
contas, tirar-me das ruas? Como naquele filme... Deixa ver se me lembro...
-
Um Sonho de Mulher.
-
Isso! Já viu o filme?
-
Claro. Quem não viu? E que tal repetirmos a história, Maria Madalena?
-
Eu não acredito em contos de encantar, Sr Pedro. Acredito em dinheiro e no
poder que ele tem e na necessidade que tenho dele neste momento.
-
Chegamos. Anda. A festa vai começar.
Maria,
engoliu em seco. Pedro falou num tom frio e assustador. Seguiu-o a medo, e
entrou no prédio. Subiram, no elevador, até ao quarto andar. Pedro, abriu a
porta do apartamento e convidou-a a entrar. Encaminhou-a para o quarto e pediu
que se deitasse na cama.
-
Então, Maria Madalena. A festa é aqui. A festa faz-se na cama, entendes? E as
regras do jogo são simples, ok?
-
Uhm... Uhm... – assentiu a medo.
-
Quero que te dispas e ponhas a tua cueca na boca. Depois, vou atar-te as mãos e
os pés. Vou dar-te umas palmadas valentes, que é o que eu preciso para me
excitar. Entendes? E depois, vou fuder-te que nem um animal. Percebeste?
-
Eu... Eu não... Isso...
-
Prometo que vou te magoar, Maria Madalena. E tu mereces, entendes? Todas as
prostitutas merecem apanhar e deviam ser apredejadas até à morte. Estás a
entender?
Maria,
assustou-se e tentou levantar-se da cama. Pedro, pressionou-a nos ombros e não
a deixou soltar-se.
-
Prometo que te vou magoar, mas não te vou matar, Maria Madalena. Vou
espancar-te e gozar em ti, para cima de ti, mijar-te e, cima se for preciso.
Isto, porque tu mereces. Entendes? Tu é que me estás a obrigar-me a isto.
-
E se eu não quiser?
-
Neste momento, a meu ver Maria Madalena. – disse num tom frio. – Não me parece
que tenhas muitas hipóteses. E ainda ganhas um bónus de 2500 euros. Disseste
que precisavas de dinheiro, certo?
Maria,
levantou-se e começou a despir-se. Começou a chorar com medo que iria
acontecer.
-
Pensei, que me fosse salvar, Sr Pedro.
-
E vou Maria Madalena. Vês este apartamento? Gostas? Só tens que seguir as
regras do jogo e eu deixo-te morar aqui. Trago-te comida, pago as contas e
dou-te 5000 euros por mês. A meu ver, tu precisas de dinheiro, e eu preciso de
uma puta. Negócio fechado?
Maria,
fechou os olhos. Limpou as lágrimas e pensou nos pais em Angola, na doença do
irmão e em como esse dinheiro poderia ajudar a salvar a vida dele.
-
Sim. É isso mesmo. Eu preciso do dinheiro e não passo de uma puta. Negócio
fechado. - Engoliu em seco e aceitou a condição.
Pedro,
espetou-lhe uma valente chapada que lhe rebentou o lábio e a derrubou para cima
da cama.
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