Capítulo 47 - Mata do Paraíso
Pedro, mandou
Daniel para o carro perto de um descampado. Saíram os três do carro e
rapidamente Pedro, agarrou Maria pelas costas e colocou-lhe a faca ao pescoço.
- Anda,
intrometido, continua a andar senão a tua puta morre aqui.
- O que é que
vais fazer, Pedro? Tens a polícia à tua procura. Só vais piorar a tua situação.
Deixa-nos ir.
- Já não tenho
nada que me prenda. Eu afundo mas levo-vos comigo.
- Pensa bem no
que estás a fazer. Estás encurralado.
- A meu ver,
encurralado estás tu. Anda, mexe-te!
Pedro, não tinha
nenhum plano concreto. Por enquanto, o foco era afastarem-se da estada
principal. A mata do paraíso era bastante vasta, bastava entrarem bem no fundo
e não seriam incomodados. A única certeza que tinha era que o intrometido e a
puta não saíam de lá com vida.
Entregou uma das
cordas, que trazia consigo, a Maria e obrigou-a a atar Daniel, a uma árvore.
Sempre com a faca ao pescoço, Maria foi forçada a obedecer. De seguida, Pedro,
atou Maria ao outro lado da árvore. Confirmou os nós e afastou-se de ambos.
- Que bonito?
Não queriam ficar juntos? Agora vão poder. Agora vão poder ficar juntos para
sempre! O amor é lindo! – Pedro, gritava alto, obviamente fora de si.
Tirou a arma do
bolso, e colocou uma bala.
- Estava a pensar
em qual seria a melhor forma de acabar com vocês. É que só tenho uma bala, estão
a ver. Decidam, qual de vocês merece uma morte mais rápida? Um tiro na cabeça
ou a garganta degolada?
- Estás
completamente louco, Pedro. Não te vais safar com isto. A polícia vem a
caminho. Ainda estás a tempo?
Pedro,
aproximou-se de Maria e deixou-lhe uma valente bofetada.
- Ah que
saudades que eu tinha disto... Continua a falar, seu cabrão. Quanto mais
falares mais ela apanha. Pensei que preferias que ela tivesse uma morte rápida.
- Não lhe voltes
a bater, seu animal. Eu mato-te!
- Olha bem para
ti, preso a essa árvore a prometer que me vais matar? Como o vais fazer?
Telepatia? Otário!
Pedro, disparou
sobre Daniel.
- Ah ah ah... –
Riu-se. – És um sortudo. Ainda não foi desta. - Voltou a rolar o canhão e
disparou. – Caramba, és difícil de matar.
- Pedro, por
favor, para com isso. Imploro-te.
- Cala-te, puta,
que eu já trato de ti. Já te dou o que mereces. Vou acabar de brincar com o teu
namoradinho e já trato de ti... Chega para todos, calma.
Ao longe,
ouviam-se as sirenes da polícia.
- Pedro, já não
tens escapatória. Desiste. A polícia, está a chegar.
- Eu mato-vos.
Eu mato-vos.
- Pensa bem. –
Disse Daniel. – Se nos matares ficas sem moeda de troca. Mortos não te valemos
de nada... Já reféns!
- Uhm...
Intrometido, tens razão. Tens toda a razão. – Aproximou-se de Daniel - Mas
sabes? Só preciso de um.
Pedro, espetou a
faca bem fundo no abdómen de Daniel. Maria gritou e Pedro, rapidamente,
soltou-a e empurrou-a até ao carro. Já se viam as luzes da polícia. Pedro, ao
ver o seu fim, atirou Maria contra o chão e entrou no carro. Não tinha tempo de
a levar consigo. Não queria ir para a cadeia.
Maria, correu
até Daniel e libertou-o. Daniel, esvaiu-se em sangue. Maria, desesperada,
gritava por socorro. Observou, horrorizada, os paramédicos a fazerem a
reanimação.
Pedro, com o
suor a escorrer-lhe a testa, conduzia que nem um louco. A polícia estava cada
vez mais perto e em breve estaria na sua alçada. Acelerou. O suor chegou-lhe
aos olhos e cegou-lhe momentaneamente. Pedro, a tempo guinou o carro para a
esquerda. Voltou a acelerar e limpou os olhos. Não reparou na curva que tinha à
frente. Tentou travar mas já não foi a tempo. O carro, por momentos, voou para
fora do desfiladeiro. Caiu a pique e com o embate o explodiu.
Maria, observava
sem esperança, os paramédicos a tentar reanimar Daniel. Estava tudo perdido.
Estava tudo perdido. Maria, colocou a mão sobre o ventre, e agarrou-se com
todas as forças que tinha à criança que gerava dentro de si. Era a última
esperança que tinha...
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