Capítulo 6 - Pesadelo

Capítulo 6 - Pesadelo

A respiração ofegante e animalesca, mesmo junto ao seu ouvido, ensurdecia-a. Diogo arfava, enquanto lhe tapava a boca com uma mão e prendia-lhe os dois braços com a outra.
Penetrava-a com agressividade, como se a quisesse rasgar de uma ponta a outra. Os movimentos rítmicos tornaram-se mais rápidos, e Deborah sabia que o sofrimento físico estava prestes a terminar.
Diogo, permaneceu imóvel, sobre ela durante alguns momentos e depois acariciou-lhe a testa. Beijou-a várias vezes, de leve, agradecendo pela sua bondade.
- És tão boa para mim, Deborah. És tão doce. Obrigado.
Deborah, fechou os olhos e lagrimou em silêncio.
- És a minha vida, sabes disso, não sabes? Não sei o que faria sem ti. - continuou o monólogo. - Magoei-te? Porque estás a chorar meu doce? Desculpa. Desculpa. Perco a cabeça quando estou contigo. E fiquei chateado com o teu peito. Está cada vez maior. Estás a tornar-te uma mulherzinha. Na.. Na.. Não gosto nada disso. Isso não é bom. Vais ficar como as outras todas. Maldosa, indecente. Estamos a ficar sem tempo.

Beijou-a uma última vez, cuidadosamente vestiu-lhe as cuecas e baixou-lhe o vestido.
- Vai-te lavar, meu doce. A tua mãe já deve estar a chegar.
Com isto, saiu do quarto e Deborah ficou sozinha no escuro. Doía-lhe tudo. Doía-lhe o corpo, mas mais que isso doía-lhe a alma. Levantou-se a custo e foi tomar banho. Não conseguia entender como Diogo podia fazer-lhe isto. Foi o único pai que conheceu e não conseguia acreditar que os pais deviam tratar assim as próprias filhas. 
As investidas começaram quando ela entrou para a primária. Agora, mais velha, conseguiu perceber que a relação que tinham nunca foi normal.
Os duches que tomavam juntos, em tom de brincadeira, em que ele a enchia de espuma e esfregava-lhe suavemente a vagina e pedia que ela fizesse o mesmo. O susto que apanhou quando viu o seu pénis, pela primeira vez em ereção e o alívio que sentiu quando ele explicou que é uma forma de se mostrar amor pelos filhos. A insistência para que nunca contasse nada à mãe porque era um segredo só deles. Nada disto era normal.
Com o passar do tempo, os banhos deixaram de ser suficientes. Diogo, começou a aliciar Eva a passar mais tempo com a mãe. Tirar uns dias e ir visita-la no Porto. Ele ficava com a Deborah, não precisava de se preocupar. E assim, as noites sozinhos em casa começaram a ser frequentes e dolorosas.
Nas primeiras noites, Diogo pedia a Deborah para se despedir e ficar em frente a ele que ele queria mostrar o quanto gostava dela. Ele tirava a roupa e mostrava o seu pénis ereto.
- Vês, como gosto de ti, Deborah? – perguntava. – Faço isto para tu veres como eu gosto tanto de ti. Como tu és especial.
E masturbava-se à frente dela. Com o tempo, masturbar-se à sua frente deixou de ser suficiente. Deitava-se com ela na cama, ambos nus, e pedia-lhe para esfrega-lo tal como ela tinha visto ele fazê-lo, enquanto lhe cheirava os cabelos e acariciava a vagina. E também, isto deixou de ser suficiente. Uma noite, enquanto ela o masturbava, Diogo, penetrou-a com os dedos. Ela arregalou os olhos assustada e ele acalmou-a, porque agora era a hora de ela mostrar como também gostava do papá. Era assim que se mostrava amor. E ela obviamente, confiou nele.
Obviamente que a situação foi escalando com o tempo. Uma noite, Diogo, após levarem a mãe à estação de comboios, levou-a diretamente para o quarto dele. Explicou-lhe que estava na hora de eles mostrarem o quanto se amavam e pertenciam um ao outro. Disse-lhe que no inicio iria doer um pouco, mas depois a dor ia passar e só ia ficar amor. Muito amor. Despiu-a e acariciou-a. Afastou-lhe as pernas e lambeu-lhe delicadamente. Deitou-a na cama e molhou o pénis com cuspe. Pediu-lhe para não fechar as pernas e não resistir porque senão a dor seria pior. Penetrou-a devagar e abafou-lhe o grito com a mão. Quando sentiu que podia continuar, voltou a penetra-la várias vezes até o liquido do amor estar pronto para ser libertado. Consolou-lhe as lágrimas e levou-a para a banheira. Deu-lhe um banho e levou-a para a cama.
- Agora sim, meu doce. Agora sim o nosso amor é completo. – Apertou-lhe nos braços e adormeceu.

Deborah, nessa noite não dormiu. Chorou de mansinho e percebeu que alguma coisa estava errada. Fosse lá aquilo que fosse apercebeu-se que aquilo não era amor de um pai por uma filha. Não podia ser. E assim, nessa noite, percebeu que a sua vida era na realidade um pesadelo.


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