Capítulo 16 - Por um Fio

Pedro, entrou no apartamento e chamou por Maria. Maria, com as pernas ainda a tremer, pediu que ela fosse ter com ele à cozinha. Observou-a a colocar a louça na máquina e rejeitou a oferta de comida.
- Tens a certeza que não queres comer qualquer coisa? – perguntou tentando parecer o mais natural possível.
- Não tenho fome. – Ponderou se a questionava sobre o visitante mistério. Abria o jogo agora ou deixava ver até onde a situação ia?
Na realidade, ainda não tinha sido feito nenhum contacto da parte dele. Não lhe chantageou e não voltou a aborda-lo. Por outro lado, Pedro não sabia quem ele era. Não tinha informações suficientes para ir atrás dele. Se abrisse o jogo poderia perder a oportunidade de surpreende-lo, ou até mesmo acelerar o próximo passe do fulano.
Reparou nas panelas quentes e calculou que o cabrão tivesse passado por lá. Na volta, ainda lá estava. Olhou à volta e fingiu precisar alguma coisa do quarto. Rondou pela casa, disfarçadamente à procura do intruso. Voltou para a cozinha e observou Maria. Tinha uma lata! Estava ali como se nada se tivesse passado. Tinha lhe dado tudo e ela agradecia desta forma. São mesmo umas grandes vadias, pensou. As mulheres são todas umas vadias.
- Pedro... – Maria, chamou-o inquieta. Reparou na mudança do olhar e da expressão facial. Preparou-se para o embate...
Pedro, avançou até ela e puxou-lhe os cabelos. Arrastou-a pelo chão até à casa-de-banho.
- Despe-te, sua cadela! – Ordenou. Maria, obedeceu e despiu-se lentamente.
- Entra na banheira e lava-te. Estás imunda! E não! Não abras a água quente. Lava-te mesmo com água fria.
Maria gemeu com o toque da água gelada no corpo. Pedro, estava estranho. Algo parecia diferente. Questionou-se se ele sabia de alguma coisa. Acabou de se lavar e ficou de pé, a tremer, a olhar para ele enquanto aguardava novas ordens.
Pedro, olhou para ela. Reparou nas marcas no corpo. As nódoas negras. Não sentiu nem um pingo de remorso. Só tinha o que merecia. As cadelas deviam ser todas tratadas da mesma maneira. Tirou o cinto, enquanto a olhava friamente nos olhos. Prendeu a ponta do cinto nas mãos e deu-lhe uma chicotada valente com o cinto. Maria estremeceu e gritou de dor.
- Cala-te, cadela. Cada vez que gritares levas mais uma. – respondeu cheio de raiva.
Maria, agachou-se na banheira e abraçou as pernas. Resignou-se e continuou a apanhar até Pedro se cansar. Como era por hábito, fechou  os olhos e viajou até Angola. Imaginou-se na mesa com os pais e o irmão. A conversa animada e a comida maravilhosa da mãe na mesa. Tinha aprendido a viajar desta forma. O corpo sofria mas Maria não estava lá. Maria estava na segurança do conforto dos pais. De regresso às suas origens...
- Levanta-te, vadia. Não ouviste?
Obrigou a mente a regressar à realidade. Levantou-se e saiu da banheira, a custo, mal conseguindo mexer as pernas.
- Deita-te na cama. Que eu hoje tenho uma surpresa para ti.
- Não queres que me vista e me prepare, Pedro?
- Não! Hoje quero-te assim. Assim como estás, como a cadela sem dono que tu és.
Maria, deitou-se na cama e aguardou. Agradeceu ter tido a esperteza de ter trancado Daniel na dispensa da cozinha. Não fosse isso, de certeza que ele teria intervido e dado cabo da vida dela. Esta tinha sido a escolha dela e a ela cabia decidir quando terminar, isto é, se Pedro algum dia a deixasse ir.
Daniel, cerrou os punhos e chorou de raiva. Queria ajudar, mas não podia. Maria tinha-lhe pedido para não intervir, acontecesse o que acontecesse. Por mais que custasse ela era uma mulher adulta e o que ela fazia da vida dela só a ela dizia respeito. Daniel, jurou que o “animal” iria pagar. Teria de arranjar uma forma de o fazer pagar por tudo. Humilhar e agredir uma mulher e enganar redondamente outra. As coisas não iam ficar assim.
Pedro, olhou para Maria deitada na cama e imediatamente veio-lhe à cabeça a sessão dela com o intruso. Irado, virou-a de costas e prendeu-a à cama. Pernas e braços atados em cada um dos mastros. Tomou-a por trás. Possuiu-a que nem um animal. Investiu como se a quisesse rasgar de alto a baixo. Maria, com a boca amordaçada, apenas conseguia lagrimar. Pedro, atingiu o clímax e urinou para cima dela.  
Ouviu o telemóvel a tocar e acalmou a respiração. A Neuza tinha acabado de entrar em trabalho de parto.
- Raios! Que raios! Tens cá uma sorte, cadela. Eu ainda não tinha acabado contigo. Vou ter que me ir embora, mas prometo regressar em breve!
Desatou-lhe uma mão e foi-se embora. Fechou a porta e trancou por fora. Levou as chaves todas consigo.

- Quero ver aquele cabrão a entrar aqui dentro. A puta é minha e só quem a come sou eu. Idiota. – rosnou entre dentes.


Comentários

Mensagens populares